O grupo de varimba de Nhancuco, igualmente da Serra da Gorongosa, mais próximo as Cascatas sobre o rio Murombodzi também usa instrumentos feitos em casa e demostra muita cordenação. Este grupo, como se pode ver acima, consegue coordenar, com extrema facilidade, a varimba com batuques criando um som bastante difícil de sair dos ouvidos mesmo depois do grupo se retirar do palco. Vamos apoiar as iniciativas locais a ganharem expressão e valor. O Parque da Gorongosa já deu o impulso inicial. Quem se voluntaria a dar continuidade da promoção destas actividades?
sábado, 30 de outubro de 2010
A emoção é incalculável nos grupos quando apresentam as suas artes
Este grupo acima é proveniente de uma região da Serra da Gorongosa chamada por Muera. Depois de percorrer cerca de 50km, o grupo chega a sede da vila da Gorongosa, um dos lugares onde as manifestações culturais costuam ter lugar. Usando os seus instrumentos tradicionaos feitos nas casas, o grupo apresenta um conjunto muito interessante cantando em líguas locais assuntos fortemente ligado a vida comunal. Depois das grandes oportunidades que o Parque Nacional da Gorongosa abriu para este grupo, actualmente a actuação do grupo já é conhecida a nível provincial e até nacional. De um pequeno grupo que o Parque descobriu no interior, na Serra, hoje os talentos do grupo consquistam um espaço na arena musical nacional. Apenas faltam patrocinadores que possam dar ao grupo mais força e recursos. O Parque ajudou a abrir caminho.
De acordo com, Rodrigues, um dos principais mentores do grupo e chefe principal do grupo, os desafios são enormes agora que passarão de domínio local para provincial e nacional. Bem gostariam de puder ter pelo menos um disco gravado e escutado um pouco pelo mundo amante amante da música. Quem poderá continuar a ajudar a este grupo do interior da Gorongosa a elevar o seu talento para mais além?
Um grupo de crianças dançarinas a almoçar
Estes momentos, como se pode ver na foto acima, são muito importantes na vida de uma criança local. Nas comunidades à volta do Ecossistema da Gorongosa não se tem o hábito de tomar alguma refeição fora de casa. Excepções são quando uma família decide ir visitar um familiar ou amigo muito próximo. Aí sim, se alguma criança tiver ido, poderá tomar refeição fora. No entanto, a criança tomará a refeição a força se os pais não a tiverem autorizado previamente, sobretudo quando uma criança for mandada à uma casa de um conhecido e não familiar. Mas durante os eventos culturais promovidos pelo Parque Nacional da Gorongosa a situação é completamente diferente. As crianças sãem das casas dos pais com autorização não unicamente dos pais, mas também da liderança tradicional e administrativa local. E até são acompanhadas por um responsável local até ao ponto de convívio.
Depois de trazidos das suas zonas de origem os dançarinos tomam pequeno almoço e vão actuar no palco. Finda a actuação de todos os grupos, regressa-se ao local de hospedam e toma-se almoço. Em cima esta um grupo de crianças dançarinas a tomarem o seu almoço. Parabéns Parque por ajudar a promover a cultura local garantido que logisticamente os eventos possam se realizar num clima de alegria e segurança.
Muitos administradores dos distritos têm vontade de apoiar, mas precisam de parceiros.
Muitos administradores dos distritos à volta da Grande Gorongosa promovem a valorização da cultura local. Sempre os vemos acompanharem o desenrolar dos intercâmbios culturais.
As pessoas se lembram e pedem sempre colaboração porque a alegria tem sido enorme
Os locais têm o seu talento. Mas a luta pela sobrevivência, que nas comunidades da Gorongosa se resume em práticas agrícolas, de caça, de corte e queimada, de construção de palhotas, etc, são mais preferidas porque os seus resultados são imediatos no combate a fome, a falta de vestuário, de habitação. Mas a recreação é outra componente muito importante para o equilíbrio da vida pessoal e social. A recreação ajuda no equilíbrio da saúde. Para isso, os locais também contam com muito talento a maneira folclore. O que muito carece é a valorização dos eventos culturais que localmente não rendem pão. Poucas pessoas cultivam esses talentos que não resolvem os problemas de fome. E gostam de oferecer o que sabem para o deleite de muitos que apreciam essas formas de manifestação cultural.
Onde, então, fica a limitação das pessoas locais?
É na oportunidade dos detentores desses saberes poderem mostrar ao resto da comunidade geral e ao mundo interessado, as suas habilidades. Por si só consomem produzir seus instrumentos musicais feitos a partir do material existente localmente. O que muitas vezes precisam é uma motivação externa em formas de disponibilidade de lugares, transporte, alimentação, prémios, etc, para assim poderem expôr o seu talento para um público maior. Para já, o Parque Nacional da Gorongosa, de quando em quando tem vindo ajudar nesse sentido pois não existem casas de culturas a nível local e outras instituições ainda não surgiram para apoiar as iniciativas locais a desenvolverem o lado recreacional.
Autocarro do Parque da Gorongosa a recolher dançarinos das comunidade para a praça do Município da Gorongosa (2).
Assim é como os dançarinos são recolhidos das suas zonas de proveniencia para um lugar escolhido em coordenação com as autoridades locais para o decurso do intercâmbio cultural. De zona em zona, os autocarros e Nissans e Landcruisers trazem e devolcem os dançarinos em ambiente que criam, não apenas boas expectativas, mas encorajam e dão muito ânimo aos velhos, adultos, jovens e crianças das comunidades à volta do Ecossistema da Gorongosa. Quer na ida ou na vinda, o ambiente tem sido muito festivo.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Água para os búfalos prestes a chegar no Parque
Água é simbolo de vida. Os animais de percorrerem logas distancias de Marromeu para Gorongosa, precisarão de encontrar água para beber. O Sebastião Saize com a sua equipa já organizaram 1500 litros para cada 30 búfalos que irão se albergar em cada um dos quatro compartimentos do Boma.
Parte dos prepativos antes da chegada de búfalos no Santuário da Gorongosa
A 3a vinda de búfalos para a região da Gorongosa está a mexer com toda a gente. Mas se existe quem está a pôr mãos no Boma do Santuário do Parque Nacional da Gorongosa, esse é o senhor Sebastião Saize e sua equipa. Sebastião já conseguiu trazer ao Boma o panicum maximu (in english Guinea grass) que uma das espécies de preferência dos búfalos. Para além, do capim panicum mmaximu, também já se encontra a disposição dos búfalos o capim localmente conhecido por mabande. Sebastião diz que um tractor ainda vai trazer o Setaria Incrassata (In english Bristle grass) outro tipo de capim de capim de preferência.
O conceituado Hendrik e oTurismo no Parque Nacional da Gorongosa
Hendrik Pott Jr é o símbolo de Vendas, de Acomodação, das actividades de Hotelaria do Parque Nacional da Gorongosa (PNG). Para Hendrik Pott, a vontade de prestar sempre bons trabalhos a quem quer que seja que esteja no Chitengo faz com ele não se confine a uma única actividade. O seu destaque começa na venda das facilidades e atractivos turísticos que o PNG tem. Para essa actividade, Hendrik senta-se no seu tradicional escritório (numa secretária dentro da Recepção desta instância turística). Ai ele atende chamadas que lhe são transferidas pelos recepcionistas Carlos Monteiro, Quisito Colher Servente, Alberto Baera, Henriques Arão Balate, João António do Rosário. A seguir, ele programa as vendas, confirma as transacções, assegura que os clientes se sentem muito bem e todos comeram. Hendrik também assegura que os turistas dormiram a vontade e gostaria de ter visitado o PNG. No entanto, Hendrik não para apenas com o atendimento aos turistas e visitantes. Como se pode ver na foto acima, Hendrik está igualmente a servir aos seus colegas sem nenhum complexo. Pessoas como Hendrik são bastante importantes para o progresso de um trabalho muito bem planificado, organizado e sobretudo um trabalho empenhado onde cada um sabe muito bem o que se espera dele, quando, onde e até como. Parabéns Hendrik Pott, pelo seu abnegado esforço de coordenar, gerir e servir a todos de igual maneira. Bem haja.
O ambiente na Gorongosa começa a mudar com breve chegada de búfalos de Murromeu.
O centro principal das actividades de Conservação da região da Gorongosa, o Parque Nacional da Gorongosa, esteve hoje em ambiente de festa dois dias antes da chegada de 60 novos membros que passarão a fazer parte da família desta região. Muitos colaboradores e trabalhadores do Parque tiveram uma sentada com os seus respectivos chefes para reflectir sobre os 50 anos que o Parque celelbrou no dia 23 de Julho último e também aproveitar reflectir sobre a breve chegada dos búfalos translocados da Reserva de Marromeu para o interior deste Parque que bem os deseja. A direcção da empresa aproveitou a oportunidade para endereçar o seu profundo agradecimento pelo desempenho abnegados dos seus trabalhos em prol da protecção dos animais e no atendimento dos visitantes e turistas. ´Há muita que andou tão bem este ano de 2010. Por exemplo as construções, reparações de infra-estruturas, abertura e reabertura de vias de acesso dentro do Parque, manuntenção das antigas picadas, muita actividade de restauração e sobretudo muita protecção dos animais. Lembrem-se que este ano tivemos um convite há dois mese atrás manifestado por três comunidades da localidade de Bebedo em Nhamatanda. Nós fomos depois à Micheu onde, para além da própria comunidade, estiveram representadas ainda outras duas comunidades, nomeadamente Madangua e Vinho. Como todos aqui sabemos, estas três comunidades sempre tiveram problemas de conflito homem animal e se queixaram contra a ineficiência da protecção que lá mandávamos. No entanto, este ano as coisas aconteceram de outra maneira. Devido ao bom desempenho dos nossos colegas fiscais, este ano não tivemos queixas nem um único problemas naquelas três comunidades. Razão pela qual, as três comunidades junto com os seus líderes locais decidiram fazer uma festa e convidaram o Parque. Lá, fomos agradecidos pela boa protecção não apenas das pessoas, mas também das machambas. O milho das comunidades não foi destruído pelos elefantes em 2010. Portanto, tudo isso indica o bom desempenho de todos nós como equipa. Hoje quero agradecer-vos por este espírito de trabalho e desejar ainda que continuemos a trabalhar sempre com o mesmo espírito de equipa para pudermos alcançar mais ganhos. Amanhã ou depois, vamos receber búfalos que vêm da Reserva de Marromeu. Gostaria que todos nós podéssemos estar presentes e prestássemos o nosso máximo para que o processo decorra da melhor maneira possível e os búfalos se sintam em casa...´ expressou-se Todd Hasselbeck, Director Geral e Director de Operações e Infra-estruturas do Projecto de Restauração da Gorongosa. Todd falava para uma audiencia de mais de 250 trabalhadores que hoje se reuniu no Chitengo, acampamento principal do Parque Nacional da Gorongosa.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
O normal da vida depois do milho estar em casa
Depois da recolha do milho, chegado o período de semear ou de se ir a moagem, o milho é debulhado a nível familiar em ambientes diferentes. Este é um dos ambientes em que, numa família, o milho está a ser debulhado.
Reflectindo sobre o passado e o declínio da moral da região da Serra da Gorongosa
Depois da morte do regulo Marcelino Manuel Sadjungira, um grupo local continuo a reflectir sobre o passado, o presente e a siatuação que transita para o futuro. Não há dúvida que muitos jovens já não têm tempo para sentar com os mais velhos e ascultar-lhes a sabedoria acumulada. Os jovens estão desafiados com a nova escola, os filmes, os novos tipos de jogos. Ao final do dia, o cansaço toma conta dos jovens e não lhes resta tempo para sentar com os pais e avós para aprender sobre as regras que mantiveram a comunidade durante todo o tempo que viveram na região da Gorongosa.
Negociando a retirada de pessoas do interiro do Parque Nacional da Gorongosa para a periferia
No dia 27 de Setembro de 2010 a comunidade de Mueredzi teve uma reunião decisiva na qual se decidiu que a sua retirada deles vai depender do término das construções de cerca de 72 casas para as 72 famílias. Como se pode ver na imagem, estes são os humanos que residem dentro do Parque Nacional da Gorongosa. Apesar da sua parte cultural, esses humanos deverão deixar a área a favor dos animais. Várias esses residentes viram suas culturas, casas e criações agredidas pelos elefantes, leões, e outros animais que reclamam o seu território depois de anos de alguma paz na região.
Durante as cerimónias os líderes tradicionais são titulares dos seus poderes de mediadores.
As cerimónias tradicionais ocorrem em momentos especiais. Geralmene são durante as inaugurações, aberturas de épocas turísticas como é o caso das cerimónias no Parque Nacional da Gorongosa. As cerimónias ainda podem ocorrer quando alguma coisa anda mal no ritmo normal de vida, por exemplo, quando há atraso da chuva, quando animais ferozes ameaçam as povoações, quando se pretende ter bons sucessos em determinadas actividades, etc. A cerimónia acima tem a ver com a abertura da época turística.
Parte essencial da responsabilidade da autoridade tradicional.
A cerimónia tradicional, localmente conhecida por Ntsembe, é uma das responsabilidades exclusivas que as autoridades tradicionais ainda detêm o máximo do seu poder. Para os outros casos, são apenas um tapa furo.
Fardamento típico de um chefe tradicional local na região da Gorongosa
A autoridade tradicional local tem cada vez menos poder na comunidade local. O que resta para este tipo de líderes é presidir cerimónias tradicionais e funcionar como biblotecas apenas em momentos de muita crise ou de campanhas específicas. Fora desta influência, resta-lhes a profunda credibilidade que alguns membros da comunidade ainda mantêm nestes tipos de líderes.
Mesmo com as grandes privações diárias pela dureza da vida, ainda as violas locais existem.
Os mestres locais ainda lutam por manter o seu talento vivo. Depois de regressados das machambas nas empenas da Serra da Gorongosa, estes nativos ainda conseguem tempo para tocar alguma guitara feita em casa.
Dentro da comunidade, um ritmo de vida normal num ambiente familiar
A região é rica de tradições, costumes, crenças e hábitos que de geração em geração para sendo transmitidos dos mais velhso aos mais novos. Assim, as crianças andam sempre perto dos adultos quando estes praticam as actividades. Vendo o que os adultos fazem fazem, as crianças assimilam e vão implementando aos poucos.
Que futuro para estas meninas senhoras?
As mesmas actividades rotineiras que suas avós, mães e outras mulheres da zona sempre fizeram, continuam a ser a regra a seguir para estas meninas cujo futuro está limitado pelos casamentos. Os seus maridos, de tanto ciumentos, as retiraram das escolas para evitar que os professores e colegas de turmam as apreciem e tentem ter alguma relação sexual com elas. Em casa, o estilo de vida é o mesmo, ir a moagem, buscar água, lavar roupa do marido e da família dele, buscar lenha, cozinhar, ir a machamba, entre outras actividades que as comunidades locais tradicionalmente praticam. O Progresso? O futuro melhor?
Estas meninas, cuja mais velha à direita tem apenas 15 anos, são casadas há mais de 3 anos.
Os casamentos prematuros são também um dos grandes desafios nas comunidades da região da Gorongosa. Como conseguir convencer a comunidade local a deixar que as meninas permaneçam mais tempo na escola e consigam lutar por um futuro melhor?
Porquê é que as comunidades à volta do PNG são as mais pobres da região?
De entre os cerca de 250.000 habitantes da zona tampão do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), a maioria vive em extremas privações, sem muita esperança de ter um futuro melhor enquanto não se lançar uma mão de apoio a favor deles. Associado a extrema pobreza, está o facto de casamentos pre-maturos que meninas em tenra idade são obrigadas a irem para seus lares e levarem uma vida adulta. Porém, 2015 fica bem próximo de 2010 e esta é a realidade da maioria das nossas crianças nas comunidades dentro do Ecossistema da Gorongosa. Dê o seu apoio para que se reduza esta carência extrema.
Como reduzir ou estancar esta prática que dizima florestas e florestas?
Uma andança pelas comunidades do grande Ecossistema da Gorongosa traz à mente diferentes realidades. Alguns dos factos com que nos deparámos põem o estado de espírito em perfeitas contemplações. Alí parámos e damos graças ao sábio criador. No entanto, outros factos deixam-nos inquietos. E estes são os resultantes da acção humana sobre o meio ambiente a sua volta. Muitas das vezes nos deparámos com situações como a imagem acima nos mostra. Algumas das perguntas que ocorrem têm sido:
1. que tal se as árvores um dia pudessem reagir contra o que delas se faz?
2. Que tal se as árvores pudessem ter um tribunal, não penal internacional, mas tradicional e local?
3. Que tal se árvores um dia podessem dizer chega a guerra contra a flora?
4. Que passos devemos tomar para compreender que é possível vivermos com os recursos à nossa volta sem necessariamente extinguí-los?
5. Até quando vamos continuar a assistir uma atitude destas quando existem métodos alternativos de se conseguir mais cereais?
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
As formigas matabele estavam a atravessar a picada e Moisés, nosso motorista, teve de parar.
Mesmo sabendo que os trabalhadores precisam de chegar ao acampamento, tomarem pequeno almoço, antes das 7:30, horário de entrada para os seus sectores de trabalhar, o Moisés parou de novo o autocarro depois de parar para as pala-palas, porque viu uma coluna de formigas matabele a atravessar a picada. Conduzir numa zona de conservação acarreta sempre muita atenção aos motoristas. Talvez esta é uma das razões principais porque o Parque Nacional da Gorongosa não permite que carros circulem dentro das picadas com uma velocidade acima de 40 km/hora. Esta velocidade pode assegurar que os motoristas consigam notar com antecedência não apenas animais grandes, mas também os ínfimos como a família de formigas matabele a cruzarem a picada. Parabéns motorista Moisés pela atenção e espírito de conservação. Continue a dar o bom exemplo não pisando os animais que estão no normal da sua vida numa zona de muita urgência para a conservação.
Quando autocarro parou, os animais dividiram-se para as duas margens da picada (2)
Em dois grandes grupos, as pala-palas dividiram-se desorganizadamente. Assim que o autocarro continuou a marcha, 10 km mais tarde, teve de parar de novo. Desta vez ninguém sabia a razão porque o motorista Moisés parou. Ele sozinho tinha descoberto uma outra grande família que cruzava a via. Era uma tropa difícil de ser vista. Chamando-me para frente, consegui ver de que tratava e aproveitei tirar uma foto. Conclusão na próxima postagem já a seguir.
Paisagens que nos saudaram logo pela manhã enquanto entrávamos no Parque (1)
Amigas e amigos, a recuperação da família dos animais no Parque Nacional da Gorongosa está a ser um grande sucesso. Parabéns ao Projecto o MITUR e o Projecto de Restauração da Gorongosa. É muito impressionante, numa manhã nublada, a picada principal que dá acesso ao acampamento aparecer com o trânsito completamente bloqueado. Mais de 100 pala-palas devem ter pernoitado no piso limpo da picada. Porque o nosso autocarro foi o primeiro, importunámos uma população inteira de impalas que se acamara na via. Claro, para nós no autocarro a alegria foi total:
_´Oh, o que é aquilo na via?´
_ ´´São elefantes,
_´Não não, são búfalos.´
_´Não, parece um conjunto de boi-cavalo.´
Por ai ia a discussão. Cada um queria ser o primeiro a ser capaz de identificar o conjunto de animais. De quem vinha cada expressão? Pela excitação, não foi possível descobrir. A verdade é que, quando já estavámos muito próximos dos animais, o motorista parou e desligou o motor. Foi então quando as dúvidas se dissiparam. Era mais de uma centena de pala-palas. Os animais dispersaram para ambos lados da picada. Pena vê-los incomodas e passarem desordeiramente por cima do pacífico capim. Quem me derá da próxima ver voltar a ver enormes manadas de outras espécies?
Maior parte dos estudantes locais que visitaram a Serra
As Cascatas de Murombodzi foi o local onde os estudantes, depois de uma longa descida, tiveram que repousar, tomar seu lanche e começar a fazer resumo da excursão.
Como valorizar os recusros a nossa volta?
A área acima dos 700 metros de altitude da Serra da Gorongosa finalmente já faz parte de área protegida e pertence ao Parque Nacional da Gorongosa. Entretanto, a mesma Serra serviu de refúgio de muitas famílias que, durante as guerras e sobretudo a última que durou 16 anos e a mais sangrenta, muitas pessoas deslocaram da base para o topo a procura de segurança. Lá se fixaram quebrando a tradição local de não se fixar residência em locais sagrados como aquele. Mas quando se está em guerra, a regra é fugir a morte. E o topo acabou sendo esse refúgio seguro onde para além de residência, as pessoas começaram a cortar grandes porções da floresta tropical e a pôr fogos para abrir espaços para as práticas agrícolas. À medida que as populações foramaumentando, o perigo de desflorestamente tornou-se uma grande realidade. Actualmente, as árvores abatidas associadas ao capim seco são um verdadeiro combustível que ateia toda a Serra em chamas chegando por vezes a causar vítimas humanas. Percebendo a grande importância da Serra para a vida do Parque e dos humanos nas zonas baixas onde os cursos de água que descem vão dar vida, o Projecto de Restauração do Parque Nacional da Gorongosa decidiu criar um programa específico para lidar-se com os grandes problemas de conservação instalados na Serra. Pedro Muagura, é o gestor do Programa de Reflorestamento da Serra. Depois da autorização pelo Parque um grupo de 40 estudantes da Escola Secundária Eduardo Mondlane, sita na sede do distrito de Gorongosa, visitou ontem, 26 de Outubro de 2010 a Serra da Gorongosa e aproveitou mergulhar nas águas da maravilhosa Cascata de Murombodzi.
Um regresso às casas garantido (1)
Até a data, o Parque Nacional da Gorongosa tem vindo a garantir para além da alimentação, também transporte. Os vários grupos culturais são carregados condignamente das suas zonas de origem para o local acordado para o intercâmbio. Tomam pequeno almoço, vão ao intercâmbio, regressam ao ponto de encontro para o almoço. Ao almoço segue-se sempre um debate e avaliação da actuação de cada grupo. Por vezes distribuem-se alguns prémios de participação (na sua maioria capulanas que os grupos depois usam para mandar fazer uniformes). No fim, os dançarinos voltam para as suas zonas de proveniência dentro de um transporte condigno, depois de desfrutarem de um dia bastante divertido e consolador.
Ajude a promover iniciativas com significados para comunidades que tanto precisam de seu apoio para se reabilitarem.
Crianças locais garantem que a dança tradicional não desapareça das suas comunidades
Com apenas três anos de idade, muitas crianças locais já começam a ser grandes dançarinos da mapadza.
Tentamos aliviar a trauma da destruição entretendomo-nos de diferentes maneiras (4)
Os dançarinos da mapadza geralmente são dois de cada vez. Uma mulher e um homem. No entanto, um grupo emancipado de mulheres consegue desde o tocar dos batuques até a dança sozinhas sem nenhum homem no grupo, e nada falha. A festa continua animada, assegurada, claro, a alimentação e o transporte para o regresso que geralmente é ao final do dia. Parabéns Projecto de Restauração da Gorongosa, as nossas comunidades voltam ao convívio que seu antepassados os legaram!
Tentamos aliviar a trauma da destruição entretendomo-nos de diferentes maneiras (3)
A Mapadza é uma dança que desde os tempos imemoráveis foi pratica pelos residentes no Ecossistema da Gorongosa. Apesar da região ter sido fustigada durante todos 16 anos de guerra sangrenta entre irmãos, os sobreviventes ainda têm no cerne talentos para dançar e ensinar as novas gerações como dançar a mapadza. Ainda hoje, em diferentes comunidades ainda se podem ouvir batuques durante a época de colheitas e com mais intensidade quando convidados a demonstrarem o seu potencial.. Embora ultimamente haja pouca pele para os batuques, os dançarinos encontram solução para puderem manifestar o seu saber.
Tentamos aliviar a trauma da destruição entretendomo-nos de diferentes maneiras (2)
Como conviver com pessoas traumatizadas por memórias más da guerra? Como cultivar esperança para pessoas internamente feridas por matanças, pessoas forçadas a abandonar a prática das suas tradições, costumes, convívios? Como encorajar essas pessoas a pensarem positivamente depois de uma tragédia que deixou profundas mágoas, semeiou rancor, desesperos, humilhações?
Cada um de nós tem o seu papel a contribuir, não?
Um exemplo a seguir. Dentro da sua vasta missão salvadora do Ecossistema da Gorongosa e a sua biodiversidade, o Projecto de Restauração do Parque Nacional da Gorongosa (PRPNG) tem vindo a promover intercâmbios culturais com as comunidades da sua zona tampão. Em coordenação com os sectores de cultura das administrações distritais à volta, vários intercâmbios culturais têm sido patrocinados pelo PRPNG nos quais grupos culturais locais são convidados a praticarem as suas variadas danças tradicionais e outras manifestações culturais de seu interesse. Assegurado a logística da alimentação, transportes da comunidade para o recinto do intercâmbio e vice-versa, vários grupos têm sabido aproveitar a oportunidade de lembrar os seus momentos bons quando podiam dançar livremente e festejar com familiares, amigos ao mesmo tempo que mostram o seu potencial cultural.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Tentamos aliviar a trauma da destruição entretendomo-nos de diferentes maneiras (1)
Este povo sofreu muito. A região da Gorongosa foi o bastião da guerra civil. Uma guerra que ceifou milhares de vidas humanas, dizimiu a fauna, frustou o Ecossistema todo, retardou o crescimento económico da região e do país, e sobretudo, deixou marcas indeléveis na memória e no cerne dos sobreviventes. Muitos nativos não conseguiram refugiar-se a parte nenhuma. Portanto, passaram todos os cerca de 16 anos de guerra debaixo de tiros, de catanadas, de violações sexuais, de xibalo no carregamento de armas de uma região para outra. O carregamento de armas os nativos chamam por gandira e muitos e muitas dos que passaram por essas humiliações estão neste palco a tentar disetrair-se com as oportunidades que o Parque Nacional da Gorongosa lhes vai criando.
Tongai Castigo a suplicar que não se ultime o que ainda resta no ambiente a volta
Sou feito de lama é o poema da autoria de Tongai Castigo. Tongai aproveitou um evento cultural havido na Gorongosa para lançar o seu forte apelo à todos utentes da região da Gorongosa e do Mundo inteiro: não destruamos tudo, respeitemos a natureza e o equilíbrio natural, não matemos tudo é o clamor que Tongai tirou do fundo do seu coração. Uma mensagem forte ficou lançada ao público que somos todos nós que temos a obrigação de fazer algo em prol da conservação da natureza, da biodiversidade e da cultura.
Na Gorongosa, o interior é diferente das vilas
Outra cara da mocidade que vive ao lado do Parque Nacional da Gorongosa. Restaurado, o Parque Nacional da Gorongosa será o maior motor económico das vilas à sua volta de também de toda a região Centro de Moçambique. Actualmente, o Parque é o maior empregador da região e também a esperança de mercado de emprego para 99% das pessoas que residem na periféria. Muitos destes 99% poderão não trabalhar directamente no Parque, mas em empregos criados nas suas próprias comunidades, graças ao apoio, padinhagem, intervenção, intermediação do Parque. Para isso, vemos escolas, Postos Médicos, furos de água limpa, práticas agrícolas sustentáveis com recursos a Agricultura de Conservação, permacultura, etc, a florirem nas comunidades vizinhas. Ponha também sua mão nos esforços que estão a ressuscitar o Ecossistema adormecido pela guerra. São mais de 250.000 famílias humanas que estarão profundamente gratas pela sua contribuição na melhoria do Parque e no desenvolvimento das comunidades. Apoie estes adolescentes a ter uma carteira, um animal, uma planta!
Esta nascida no Ecossitema da Gorongosa precisa de um futuro com água limpa, ver animais no Parque,...
Da beleza dela não vou dizer pois todos podem contemplar. Mas peçotenhamos uma visão futurista para esta inocente natural do Ecossistema da Gorongosa. Ela precisa e vai precisar de água limpa, animais para contemplar, terras férteis de onde retirar alimentos. Não destruamos toda a flora para pudermos ter água, plantas, animais, solos férteis para a nova geração no neste grande Ecossistema da Gorongosa.
Jovem da Gorongosa
O jovem município da Gorongosa tem vários atractivos: seus residentes, suas infra-estruturas em crescimento merecem visitar. Uma das caras da juventude da Gorongosa.
O Ecossistema da Gorongosa nunca para de surpreender os que o visitam.
Este réptil é também residente da Gorongosa. Como se chama este animal em sua língua? Quer ter mais surpresa? Então visite-nos na Gorongosa e assim fazendo, estará a contribuir para acelerar os vários projectos de conservação e elevação do nível de vida das comunidades da região onde as pessoas da Gorongosa vivem.
O que é que normalmente se pode ver num quintal por ai?
Com alguma paciência, as pessoas da Gorongosa conseguem ir arrumando o milho como se pode ver. No quintal onde este celeiro está ainda existe muito milho ainda por ser levado para este celeiro e arrumado. Lembre-se que este milho sai de um espaço onde uma dúzia ou mais de árvores nativas foi dizimada para lugar a catástrofe chamada agricultura, cujos produtos constituem os músculos, as gorduras por volta de pescoços, a ainteligência humana, assim como a própria força para o abate de mais árvores quer seja para alargar o espaço agrícola ou fazer abertura de uma nova machamba. Ora, deixamos de sacrificar árvores indígenas em troca daquelas cujo amido multiplica a existência humana? Ou todos temos de encontrar formas sustentáveis de coexistir com a natureza a nossa volta? Que acções vamos tomar? Estou a espera da sugestão.
O que é que normalmente se pode ver num quintal por ai?
Se ampliar esta foto poderá ver bem por baixo e atrás de celeiro. Para já iremos ver como o milho está arrumado dentro deste celeiro de um dos quintais dentro do Ecossistema da Gorongosa.
O que é que normalmente se pode ver num quintal por ai?
Por aqui, na região do grande Ecossistema da Gorongosa, os quintais não são todos iguais. Porém, na maioria deles é possível ver, entre outros artigos de uso caserio e criações (como galinhas. patos,gatos, cães, etc,) um celeiro onde se guardam os excedentes agrícolas para a época de fome. Comparemos este quintal com o outro a seguir.
Como se gerem duas esposas sobre tudo no trabalho da machamba?
´Para evitar preguiça cada esposa deve ter sua própria machamba. Cada uma, o que produz na sua machamba serve para alimentação dela com as crianças dela na casa dela. Se algum vendedor ambulante estiver a passar com capulana ou qualquer artigo que ela aprecie, ela pode tirar parte do produto dela trocar com o que apreciou assim como ela pode vender parte do seu produto e ter seu dinheiro que pode usar para fins de seu interesse pessoal. Tudo isso ela pode fazer sem pedir o consentimento do marido como eu. Entretanto, se ela tem problemas de alimentação na casa dela, isto é se a comida dele acabar, ela tem o direito de vir pedir a mim, como marido, para ajudar. Ela não pode levar parte dos produtos meus para vender nem consumir sem minha permissão. Para minha machamba, cada uma das minhas esposas e crianças tem obrigação de uma vez por semana, ir trabalhar. Minhas esposas crianças vão ajudar na minha machamba nos sábados. É obrigação porque quando elas não têm com que alimentar suas crianças nas suas casas, ela depois podem vir pedir que eu ajude. É assim que eu organizo as minhas duas esposas...´ explicou-se o senhor de pé entre as duas senhoras que se interessaram em saber como ele gere as duas esposas e 8 filhos, sobretudo no trabalho.
Alguns quintais nas comunidades da região da Gorongosa
Vedar os quintais é hábito que alguns membros das comunidades preferem. Porém, vedar quintia s tem outras implicações culturais muito fortes. E muitos simplesmente preferem o ambiente comunitário mais aberto à livre circulação de todas as crianças, adultos e idosos. Que acha que são as implicações de vedar quintais na sua área?
O ritmo de vida na Gorongosa suscita curiosidade de estrangeiros
Pilar, cuidar de ciranças, ir à moagem, ao rio buscar água, lavar roupa, buscar água para beber, buscar lenha, cuidar da casa, cultivar, etc, etc, são algumas das activadades comuns da maioria das mulheres na região da Gorongosa.
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