sábado, 23 de outubro de 2010

Na Gorongosa, um ciclone associado a fogos descontrolados ameaçaram o primeiro dia de Setembro de 2008.

IV Livro
02 de Setembro de 2008

Capítulo 1
Unam-se as forças diante de um advesário esmagador

            Diante de uma ameaça que aparentemente ultrapasse a capacidade individual de dar uma resposta satisfatória, a regra recomenda unir as forças para enfrentar com sucesso o alvo. Para os primitivos, o divórcio com as árvores era o início do seu pecado original, do qual os descendentes dos daqueles viriam a se vingar das árvores mais tarde. Então, os primitivos sedo se aperceberam da crise. Deviam sobreviver conquistando novas estratégias, na generalidade mais violentas que o saltear nas árvores. Seu forte sentido de alfacto se atrofiava cada vez mais que se alargava a sua visão no espaço, provavelmente associada à crise do alargamento escandaloso do seu cérebro. A redução da capacidade de cheirar, à distância, onde estivessem as frutas amadurecidas constituía um perigo para a sobrevivência na vida primitiva. Crescia então o volume da imaginação no cérebro como cresce a erva depois das primeiras chuva intensas.
            Arremessar não escapará de ser uma das primeiras formas de sobreviver a crise da passagem de vegetariano para carnívoro, isto é, depois de naturalmente dado o pecado inicial da espécie humana. Com o descer das árvores para os espaços menos arbustivos nascia um novo ser desafiado a abandonar parcialmente as providencias naturais e lançar-se no mundo da cultura. Atirar então objectos ao seu alcance para afugentar abutres, hienas, dos restos mortais das presas dos grandes predadores marcou a vida activa do ser racional desde o princípio. Como também já arremessava contra frutas em ramos muito altos nas árvores porque a perca da habilidade de pular por entre tais ramos era realidade. Ora, afungentados os desafiadores, os primitivos conseguiam comer os restos de carne. Assim como arremessada a bolinha de farrapos no jogo de MATA-MATA cada grupo de jogadores consegue conquistar a sua vez de entrar no jogo.
 
A arremessar a bola para eliminar a concorrentes.                      Já a jogar e vez doutro grupo arremessar a para emilinar. DJMuala

Por acaso, a MATA-MATA não é o único reduto no qual se traçam as primeiras estratégias primitivas de conquistar. Transformada culturalmente para outros fins, está uma série de outros jogos vivenciais de arremesso, quase muitos ainda ligados a noção de conquista, de afugentar hienas da carne restada pelos leões na selva. A bila (jogo de berlindes), a neca, a caça aos passarinhos, basquetebol, o andebol, o tennis, etc, são parte das reminiscências como o são as guerras 



Adquiria-se gradualmente novas formas de sobreviver 

   um ciclone de ventos e fogos se abateu na Gorongosa


Os Interesses Omissos
Reunião do Governo Distrital da Gorongosa com a sociedade civil
           
Aos dois dias de Setembro de ddois mil e oito, teve lugar na sala de sessões do governo distrital da Gorongosa uma reunião de emergência sobre a tragédia causada pelas queimadas descontroladas do dia 01 de Setembro de 2008
Presidente da reunião: João Oliveira, Administrador do distrito da Gorongosa
O Administrador entrou e saudou os presentes:
Secretário Permanente do distrito (sr Joaquim Arota)
Secretários dos bairros;
Líderes dos três grandes movimentos políticos na Gorongosa;
Líderes religiosos (da Igreja católica e pastores de outras confissões religiosas do distrito);
Representantes ou delegados de ONGs;
Agentes económicos locais entre outros.

           
O Administrador do distrito de Gorongosa disse que se estava desde ontem (01.09.08) em situação de drama em quase todo o distrito devido as queimadas descontroladas acompanhadas de ventos fortes que afectaram negativamente os Postos Administrativos de Nhamadzi-Canda, Vunduzi e a Localidade de Púngue.

Administrador  do distrito salientou que desde o passado em pequenos focos de queimadas que se faziam sentir um pouco por todo o lado, mas que não causavam alarmes.
Porém, ontem (01.09.08), devido aos ventos fortes, o distrito da Gorongosa sofreu muito, no concernente a queimadas de casas, celeiros, uma sala de aulas, uma Igreja, danos humanos avultados e perca de outros haveres. Assim como Gorongosa, também os distritos de Gondola e Maringue foram vítimas de incidentes idênticos.
Os chefes dos Postos acima referidos não se fizeram presentes na reunião porque segundo o senhor Administrador do distrito, estes estão nos seus postos a fazer o levamento ainda sobre os danos causados.
João Oliveira adiantou que uma média de 171 famílias, totalizando um universo de 853 pessoas ficou sem habitações e outros bens. Um total 8 vidas foi ceifado, dos quais 5 da mesma família em Canda, um número de 156 casas, 39 celeiros,10 cabritos, um montante não especificado em dinheiro,. uma sala anexa e uma Igreja foram queimados. Acredita-se que à medida que se trabalha no terreno, mais dados virão ao de cima.
O governo distrital depois de aperceber-se da situação deslocou-se a estas comunidades e pediu as famílias que não sofreram pelo fogo para acolher as vitimizadas nas suas casas até encontrar-se uma solução.
O governo lançou o apelo aos presentes que dessem qualquer apoio material e em géneros alimentícios convista a minimizar o sofrimento dos seus irmãos afectados e necessitados. Artigos como plástico, utensílios domésticos, bambús, estacas, pregos, e outros usados na construção constam das necessidades mencionadas na reunião para ajudar as vitimas.
O Administrador do distrito apelou aos políticos, agentes económicos, e a sociedade civil aí presentes possam participar neste socorro imediato.

Criou-se uma comissão de emergência para recolher os apoios e que tem as portas abertas para todos puderem fazer parte desta comissão. Espera-se que todos possam participar activamente neste acto de solidariedade.
Director Langa (da saúde) apresentando as comissões
            Director Langa (chefe da comissão) apresentou a composição das subcomissões de emergência;
·         a subcomissão de logídtica composta por três pessoas (2 secretários de bairros Matucudur e Tsuassicana);
·         subcomissão de informação composta por Galizo, comandante distrital da PRMe o Director distrital da Saúde (sr. Langa);
·         subcomissão de mobilização e recolha de bens na qual toda a sociedade civil está convidada a fazer parte e que tem muitos secretários de bairros e chefiada por Directora distrital da Educação, srª  Joaquina de Figueiredo. A missão principal desta comissão é de sensibilizar a comunidade para cooperar em contribuições de bens que possam aliviar o sofrimento dos nossos irmãos afectados.
            A comissão é acessorada pelo senhor Luís (SISE) e como conselheiro está o Pároco da Missão Cristo Rei da Gorongosa, o Pe Figueiredo.
Administrador deu depois a palavra a todos os participantes para estes puderem dar a sua opinião em torno da situação.
A tragédia foi comunicada ao governo provincial e espera-se que haja alguma reacção naquele nível.
A usar da palavra, Santos Macorreia deu a sua opinião: agradeceu o espaço cedido para expor sua opinião. Comentou positivamente a criação das comissões. Reconheceu que o milho já começou a escasser na Gorongosa, mas admitiu a possibilidade de cada grupo aí representado poder envidar esforços para se obter com que ajudar os afectados e necessitados.



Chingore Francisco Alficha, pastor de uma das confissões religiosas na Gorongosa falou da necessidade de pensar no vestuário para as vítimas.
O Primeiro Secretário Distrital do Partido Frelimo, que faz parte de uma das comissões, igualmente opinou positivamente pela ideia da criação das comissões para fazer-se frente a tragédia
Uma senhora da Associação PACO, que esteva presente na reunião, disse ter sofrido com os fogos ao longo da via Púngue Gorongosa. Sublinhou que ainda ontem recebeu 4 famílias diferentes e vítimas que foram para sua Associação e pediram apoio. A Associação dispensou ontem 2 sacos de farinha e outros géneros alimentares que dividiram entre as 4 famílias que aí acorreram para a apoio.
Pe Figueiredo tomando a palavra agradeceu a informação dada pelo governo distrital. Sugeriu que a comunidade da Gorongosa se encontre para partilhar as dores. Inalteceu que a reacção primeira segundo a qual pudesse ser da própria comunidade da Gorongosa. Acredita que a ajuda imediata pode ser feita, mas o reassentamento devesse ser pensado. Confia que a Igreja católica local vai sentar para analisar dentro das suas capacidades para ver o tipo de apoio que se pode dispensar dentro das suas capacidades. Pediu que se faça um levantamento dos reais danos para facilitar a possíveis parceiros interessados em ajudar poderem dar a sua contribuição com dados mais exactos e fiáveis.
Por fim, o Administrador apelou a todos os presentes para levarem a mensagem para suas organizações e para os vários grupos no sentido de se obter a devida ajuda.
Os bens que forem recolhidos serão deixados numa casa da antiga GTZ e vai se arranjar um transporte que poderá andar a recolher tais produtos.

Algumas vítimas acorreram para a Administração do distrito em busca de socorros.

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